ESCLARECIMENTO SOBRE TREINO COM FATOS DE ELETROESTIMULAÇÃO (EMS): MITOS, REALIDADE E DESVANTAGENS
- Rafael Ramos
- 15 de mar.
- 2 min de leitura

O treino com fatos de eletroestimulação (EMS) tem sido promovido como uma solução revolucionária para perda de gordura, ganho de músculo e tonificação rápida. No entanto, há vários aspetos que devem ser considerados antes de optar por este método. Aqui esclarecemos os principais mitos e desvantagens em relação ao treino convencional.
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❌ MITO 1: “O EMS é mais eficaz para perder gordura”
✅ REALIDADE: A eletroestimulação sozinha não queima gordura de forma eficaz. Para emagrecer, é necessário um défice calórico, ou seja, gastar mais calorias do que se consome. O EMS não gera um gasto energético significativo comparado com um treino funcional, de musculação ou cardio. Se o objetivo é perder peso, treinos convencionais e alimentação adequada são muito mais eficazes.
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❌ MITO 2: “O EMS substitui o treino tradicional”
✅ REALIDADE: O treino convencional desenvolve força, resistência, coordenação, mobilidade e saúde cardiovascular. O EMS recruta músculos de forma artificial, sem um movimento natural e sem o mesmo impacto positivo nos tendões e articulações. Isso pode levar a desequilíbrios musculares e não melhora a funcionalidade do corpo.
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❌ MITO 3: “É um atalho para ganhar músculo sem esforço”
✅ REALIDADE: O EMS não permite sobrecarga progressiva – o princípio fundamental para o crescimento muscular real. Além disso, a ativação muscular involuntária pode não ser transferida para o desempenho atlético, tornando os ganhos menos eficazes a longo prazo.
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OUTRAS DESVANTAGENS IMPORTANTES DO EMS
🔴 Baixa transferência para desportos e atividades diárias: O EMS ativa músculos isoladamente, sem promover coordenação entre grupos musculares. Isso torna os ganhos menos úteis para o desempenho real.
🔴 Risco de lesões e fadiga excessiva: Como os músculos são ativados sem controlo motor natural, pode haver sobrecarga em determinadas fibras musculares, aumentando o risco de lesões e recuperação mais lenta.
🔴 Potencial sobrecarga nos rins: O recrutamento muscular excessivo pode gerar um grande volume de degradação muscular e aumentar o risco de rabdomiólise, condição que pode afetar os rins gravemente.
🔴 Custo elevado sem benefícios comprovados superiores: As sessões de EMS costumam ser mais caras, mas os resultados não são superiores ao treino convencional.
🔴 Não fortalece tendões e ligamentos: O treino de força tradicional melhora não só os músculos, mas também tendões, ligamentos e articulações, prevenindo lesões. O EMS não tem esse efeito protetor.
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CONCLUSÃO: VALE A PENA?
O treino com EMS pode ser usado como complemento em casos muito específicos, mas não substitui o treino convencional e tem limitações significativas. Se o objetivo for perder gordura, ganhar músculo de forma funcional e melhorar a saúde a longo prazo, nada supera o treino bem estruturado, progressivo e adaptado às necessidades individuais.
Por,
Hélder Abrantes
Especialista em Fisiologia e Condição Fisica.
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